Comunicação energética e inteligência intuitiva
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28 fevereiro, 2018

Comunicação energética e inteligência intuitiva

Aquilo o que muitos identificam como uma sensação de estar em um ambiente cercado de “boas energias” ou, ao contrário, “carregado” de energia negativa, deixou o campo místico dos eventos inexplicáveis e se tornou algo mensurável com o desenvolvimento de medidores biomagnéticos mais sensíveis.

O coração é nossa mais poderosa fonte de energia eletromagnética. O campo magnético que ele produz é cem vezes mais forte que o gerado pelo cérebro e pode ser detectado por magnetômetros a metros de distância. Ou seja, esse campo envolve e afeta todas as células do corpo e se expande para o ambiente externo, enviando informações sobre o nosso estado emocional.

Esse conhecimento permite o entendimento da comunicação interpessoal a partir de uma nova perspectiva. Já sabemos que a linguagem verbal representa apenas uma parte daquilo o que expressamos – geralmente a que mais temos controle consciente. Somos dotados de uma sensibilidade notável para decodificar sinais como expressões faciais, gestos e tom de voz e, em um nível subconsciente, interpretá-los como confiáveis e familiares ou estranhos e ameaçadores. Agora podemos envolver a comunicação em um novo campo, que opera longe da consciência, mas de forma impactante: o energético, ou eletromagnético.

Esse fator pode ser decisivo na construção de vínculos. Assim como as outras vias sutis de conexão, pode ser uma poderosa e terapêutica forma de interação, que resulta de uma sincronização energética entre os seres. Para testar a nossa capacidade de detectar as informações emocionais enviadas pelo campo magnético, pesquisadores do instituto Heart Math fizeram uma série de experimentos com eletrocardiograma (ECG) e eletroencefalograma (EEG) com a finalidade de detectar sinais simultâneos e entre as ondas cerebrais de uma pessoa e ondas eletrocardiográficas de outra.

Concluíram que o “sistema nervoso age como uma antena que sintoniza e responde ao campo magnético emitido por outros indivíduos”. Eles acreditam que essa comunicação energética pode ser aprimorada e é determinante na habilidade de perceber a situação emocional do outro – um recurso que é favorecido pelo estado de coerência cardíaca.

O termo, utilizado por investigadores do campo da neurocardiologia, indica a harmonia e estabilidade do padrão de ritmo do coração, estado que pode ser autoinduzido a partir de técnicas de respiração e direcionamento da atenção aos batimentos cardíacos. Mais que promover o próprio bem-estar, o estado de maior coerência cardíaca (e entre os múltiplos sistemas oscilatórios) afeta diretamente aqueles que nos cercam.

Peter Paul Dugan, em Poetical Works of Edgar Allan Poe

Peter Paul Dugan, em Poetical Works of Edgar Allan Poe

Mais raro que a sincronização cérebro-coração entre duas pessoas é o padrão coordenado de ritmos cardíacos – condicionado a circunstâncias mais específicas, como nas interações de grande intimidade e proximidade entre aqueles que exercitam técnicas de coerência cardíaca ou entre casais em momento estável do relacionamento, mas durante o sono. Diversos experimentos também constataram sincronização entre os ritmos cardíacos de pessoas e seus animais de estimação.

A habilidade de detectar campos energéticos emitidos por pessoas, animais e pela terra (atividade geomagnética) pode ser considerada um produto do que chamamos de intuição. Esse tipo de inteligência também usualmente se manifesta a partir do conhecimento implícito – aquele que está alojado na memória, mas não alcançou a consciência.

Nossa tendência de formular julgamentos e análises na hora de tomar grandes ou difíceis decisões pode ser um obstáculo ao acesso à sabedoria intuitiva. Um aumento da coerência cardíaca, por meio de técnicas baseadas no direcionamento da atenção aos ritmos fisiológicos, facilita o alinhamento com a intuição. Essa conscientização dos sinais sutis pode nos apontar uma direção quando estamos vivenciando situações incertas, geradoras de grande ansiedade.

A intuição nos permite entrar em contato com sentimentos e percepções geralmente escondidos sob o produto desordenado do pensamento. Ao possibilitar o acesso a esses processos subconscientes, entrega um cenário mais rico e confiável nas tomadas de decisões. Oferece modos mais criativos e menos automáticos de reagir às situações e torna as interações sociais mais gratificantes.

Hoje a neurociência reconhece o cérebro como parte de um sistema e, ao invés de contrariar, está conseguindo compreender a sabedoria por trás da antiga e universal relação entre o coração e a inteligência intuitiva. E a simbologia que usamos para representar o amor e o afeto faz mais sentido que nunca.

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